quinta-feira, 25 de março de 2010
COISAS
Às vezes eu fecho os meus olhos e ouvidos
e as coisas parecem perder o sentido
escuto as pessoas falando ao redor
(e os meus pensamentos que eu já sei de cor)
qualquer novidade, a mais quente da praça
e o tradicional, igualmente sem graça
os velhos costumes, as novas manias
as vozes, às vezes, parecem vazias
o saco tá cheio, tá fraco, cansado
escuto as pessoas falando ao meu lado
a televisão, as notícias de sempre
que querem que eu saiba, que querem que eu lembre
mentiras, verdades, são tão parecidas
azares e sorte, a morte e as vidas
às vezes as coisas parecem perder
o sentido e a razão, e a razão de ser
tudo perde o sentido e a graça e o gosto
às vezes as coisas parecem sem rosto
são coisas da vida, da vida de coisas
de coisas pequenas que a gente atropela
as coisas da rua, do ar e das casas
as cores das coisas na nossa janela
às vezes eu abro meus olhos e ouvidos
e as coisas parecem fazer mais sentido
e a cor aparece e o céu me colore
querendo que eu ria, querendo que eu chore
eu moro nas coisas, na casa das coisas
das coisas pequenas que a gente ignora
das coisas da lua, do mar e das asas
das coisas de sempre, do hoje, de agora.
(Gabriel O Pensador in Diário Noturno)
Gente, muito mais que um mero cantor, Gabriel é um Pensador, um ser que escreve com a alma e o coração... Curtam suas obras.. Diário Noturno e Um garoto chamado Rorbeto.
Não vão se arrepender...
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